Hoje vou tocar em um tema sensível e poderá causar alguns desconfortos, mas não posso deixar de falar sobre as vacinas e as diversas falas em torno delas, desde que cada um de “nós” passamos a colocá-las no arcabouço do “bom” ou “ruim”.
Repercussão
Acredito que todos nós lemos em algum lugar a incorporação da obrigatoriedade da vacinação infantil para Covid-19. Essa incorporação é realizada após o Ministério da Saúde considerar: Evidências científicas, acurácia, efetividade, eficácia e segurança do medicamento. Avalia ainda o custo-benefício deste medicamento ou produto em relação às tecnologias incorporadas conforme a Lei 8080/1990 art.19-Q, §2º I e II.
Portanto
Por mais que a opinião de uma pessoa ou entidade pareça dizer o contrário do que fora determinado pelo Ministério da Saúde, há um procedimento, uma evidência científica, um estudo minucioso para que uma vacina como essa da Covid-19 seja tão preventiva com as tantas outras que temos no calendário vacinal.
Falando nisso
Na coluna de de quarta-feira (17), a presidente da Sociedade Brasileira de Bioética, Elda Bussinguer, diz: “não existe vacina que tenha sido registrada e aprovada pela Anvisa e incorporada pelo Programa Nacional de Vacinação (PNV) que não tenha sido avaliada por diversos órgãos distintos do Sistema de Saúde brasileiro”.
Vale recordar
Que se ainda tivéssemos nossa ciência pautada em opiniões, a homoafetividade seria uma doença e a Aids seria transmitida só por um aperto de mão.
Portanto, a nossa habilidade de tecer uma opinião é importante, legítima e necessária, mas é preciso atentar-se para os vieses que podem estar sendo comunicados em cada opinião emitida.
Vacinação
Agora manifestarei a pleno minha opinião. Não deixemos que nossa opiniões, nossa dificuldade de lidar com o diferente e/ou nossas ideologias arrase um programa tão bem estruturado, uma cientificidade tão valiosa e modelo para tantos países como o é o Programa Nacional de Vacinação.
Exprimir nossa opinião é necessária, mas nossa opinião não pode custar a vida de tantas pessoas que ainda hoje sofrem por não terem sido vacinadas.
Agradecimento
Manifesto minha gratidão à Elda Bussinguer e ao Hederson Furst pelo artigo publicado no Jornal A Gazeta, que me inspirou nesta coluna. Agradeço ainda a Sociedade Brasileira de Bioética pelas manifestações assertivas quanto aos temas da saúde pública.